Participamos do Programa Descarbonização da Indústria*, realizado pela FIESP e pelo SENAI-SP, e aqui publicamos o nosso segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, referente ao ano de 2023.
Os aprendizados se aprofundam. Agora que podemos acompanhar os números gerados, temos mais ferramentas para monitorar e trabalhar em busca de melhorias e mitigação do nosso impacto ambiental. No primeiro relatório (veja clicando aqui), reportamos escopos 1 e 2. Já neste segundo, começamos a trazer transparência para o escopo 3, ainda de forma incompleta.
Para o próximo ano, entre outras ações e novos protocolos, estamos sistematizando a coleta desses indicadores complementares para que a nossa “fotografia” seja a mais nítida possível. Em um breve resumo, o que mudou em cada escopo de 2022 para 2023, entre pontos positivos e negativos:
Escopo 1: tivemos um aumento de 61,6% de emissões referentes a combustão móvel. Foi quando também tivemos um aumento de 7% na nossa produção, contratamos serviços de três oficinas mais distantes, em Guareí, e passamos a fazer o envio de materiais para essas empresas, detalhe que no ano de 2022 não era computado no escopo 1 e sim no 3, já que o fluxo era diferente (as oficinas realizavam as coletas e entregas desses materiais). Em 2022, uma parte do combustível usado foi o etanol e em 2023 usamos somente gasolina e diesel. Este ano, 2024, desde junho estamos operando apenas com etanol, como forma de reduzir o percentual do escopo 1. Outros caminhos para mitigar as emissões, além de manter o uso do etanol são: melhorar logística de entrega e retirada e avaliar novas contratações de oficinais para que sejam mais próximas, se possível. Vale ressaltar que as oficinas da nossa cadeia produtiva são micro empresas capacitadas para trazer valor ao nosso produto, tanto tecnicamente, oferecendo qualidade nos serviços como por suas práticas, instalações e ambiente de trabalho. Todas são anualmente auditadas por um sistema de avaliação de responsabilidade socioambiental, que envolve uma extensa lista de critérios e obrigatoriedades avaliadas pelo Programa ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil). Além disso, as oficinas respondem a uma série de regras e premissas dos nossos principais clientes e ao nosso próprio código de ética.
Escopo 2: Tivemos uma redução de 34% das nossas emissões referentes ao uso de energia, já que em 2023 aumentamos o número de placas solares para 252 e passamos a fazer o uso autoprodução de energia limpa em cerca de 80%. Em 2024, intensificamos a sensibilização dos nossos colaboradores com relação ao uso de computadores e máquinas, para que sejam devidamente desligadas no fim do dia, evitando o desperdício de energia.
Escopo 3: No inventário de 2022 ainda não tínhamos mecanismos para realizar medições referentes ao escopo 3 e em 2023 computamos 2,49 toneladas de CO₂ equivalente, referentes referente à soma da destinação dos resíduos sólidos não recicláveis gerados e ao transporte dos resíduos sólidos para compostagem (transporte upstream), já que até junho de 2023 ainda destinávamos “lixo” orgânico e rejeitos de banheiro para aterro sanitário. A partir dessa data, com a contratação dos serviços da empresa MUSA, esses resíduos passam por outros processos de reuso, incluindo transformação de orgânicos em adubo e rejeitos de banheiro em CDR (combustível derivado de resíduos).
Temos muito trabalho pela frente e aos poucos vamos avançando no compromisso de mitigar nosso impacto socioambiental com apoio dessas e de outras instituições como a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), que acaba de lançar a Liga da Descarbonização, grupo de empresas do setor que, assim como nós, estão no processo de descarbonização, inventariando suas emissões e buscando soluções sustentáveis para suas operações.
Como a transparência faz parte do movimento global pela descarbonização, publicaremos por aqui nossos inventários a cada vez que forem emitidos. Acompanhe!
A seguir, compartilhamos o inventário, baseado no GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), um padrão internacional usado para quantificar e gerenciar emissões GEE a partir da coleta de dados, com uma estrutura abrangente e segmentada. O GHG é dividido em 3 escopos. Escopo 1 (Emissões Diretas) são as emissões diretas de fontes de propriedade ou controladas pela empresa, como a combustão de combustíveis em caldeiras, fornos e veículos. Escopo 2 (Emissões Indiretas de Energia) são emissões associadas à geração de eletricidade, calor ou vapor adquirido e consumido pela empresa. Escopo 3 (Outras Emissões Indiretas): todas as outras fontes que não pertencem ou não são controladas pelas empresa, que ocorrem na cadeia de valor da empresa.
*Descarbonização da Indústria visa elaborar, gratuitamente, o inventário de gases de efeito estufa (GEE) de empresas selecionadas pelas entidades FIESP e SENAI- SP. O objetivo do programa é realizar um estudo setorial sobre os principais processos emissores GEE da indústria paulista.